sábado, 10 de dezembro de 2011

Encerramento do Curso

E no encerramento do curso de "Introdução ao Estudo de Cavernas (Espeleologia)", ministrado por mim em parceria com o centro Universitário UNA no segundo semestre de 2011, mais uma vez realizado na Serra da Piedade: uma série de bons achados.

Em nenhum lugar como em cavernas em canga, a diversidade de Troglóbios (espécies exclusivas de serem achadas em ambiente de cavernas pois ali criaram adaptações para a vida com ausência de luz e carência de alimentação); A seguir, algumas fotos destes animais surpreendentes.

um pequeno grilo com carcaterísticas troglomórficas: antenas super-desenvolvidas 

um pseudo-escorpião: um voraz mini-predador 

 achou o hemíptero - não troglóbio - mimetizado na foto acima?

 uma barata (??) troglóbia?

A caverna, uma grutinha de 30m, sustenta uma biologia totalmente diferente daquela que vivenciamos no meio externo (epígeo). No seu interior, além dos troglóbios acima, outras espécies fazem abrigo momentâneo (morcegos carnívoros e hematófagos, colônias de formigas, hemípteros em fase juvenil e alguns anuros) de intempéries como chuva, seca ou queimadas.
Resumindo, a bioespeleologia é uma ciência fantástica, repleta de novas descobertas e possível vítima de diversas formas de depredação e "subtração"! Obrigado a todos alunos que já fizeram o curso que, imagino ser, uma tentativa de se fazer clara uma ciência tão importante.

Caverna em Canga

sábado, 3 de dezembro de 2011

Copernício: Já ouviu falar sobre ele?

Colocando-me em dia sobre o mundo internacional da química aqui hoje, me deparei com a seguinte questão: como andam as "descobertas" de novos elementos químicos no Ano Internacional da Química? Já postei anteriormente como se fabricar um átomo (http://apendiciencia.blogspot.com/2011/06/elementar-meu-caro-watson.html) mas, mesmo a IUPAC (International Union os Pure and Applied Chemistry) além de falar em "descoberta" de elementos químicos - e não de sua produção - ainda parece não adotar bem a ideia de novos elementos químicos. Aposto que, do mesmo jeito, a maior parte dos químicos do Brasil e do mundo talvez nunca tenham ouvido falar do copernício (277Cn114).  Mais detalhes no artigo http://iupac.org/publications/pac/pdf/2010/pdf/8203x0753.pdf .


A mais atual tabela periódica: em destaque, de vermelho, o copernício, elemento transurânico

O nome, caso não tenha percebido, homenageia Nicolau Copérnico, matemático e astrônomo que divergiu sobre a teoria do Geocentrismo, adotado pela mesma igreja que representava, ao publicar seu trabalho De Revolutionibus orbium coelestion, artigo pioneiro por desafiar a madre igreja emprol do desenvolvimento científico (ainda bem que hoje em dia existem blogs).

Ficheiro:De revolutionibus orbium coelestium.jpg


Tal novo elemento vem para completar algumas lacunas da Tabela Periódica para aquele período (linha da tabela) que traz uma série de elementos classificados como Trans-urânicos, pois são todos artificiais (a partir do urânio, 238U92). Contudo, ontem, dia 02 de Dezembro de 2011, foi aceita a proposta de inserção de outros dois novos elementos químicos transcopernícios. Os elementos de número atômico 116 e 114 (total de prótons contidos no núcleo do elemento) ainda mais pesados que o copernício serão, em breve, adicionados à tabela. Cogita-se ainda quais serão seus nomes pois o artigo que promove sua aceitação (http://iupac.org/publications/pac/pdf/2011/pdf/8307x1485.pdf) não traz nenhuma ideia.