segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Paradoxo do Rodolfo

Para a alegria de alguns, para o terror de outros (me incluo neste grupo), em quase todo Natal da década de 80 era comum de ser exibido na Sessão da Tarde o filme "Rodolfo, a rena do nariz vermelho". Se quiser sofrer um pouco como eu sofria, com a animação de baixa qualidade e as musiquinhas irritantes, clique no vídeo abaixo para sentir o drama:



Enfim, eu sempre e questionava o porquê do nariz vermelho. Estaria Rodolfo com uma gripe por causa do clima ártico? Ele teria algum tipo de rinite alérgica do seu próprio pelo ensebado? Ou teria ele cheirado uma carreirinha para poder ficar ligadão ao assumir a frente do trenó do Papai Noel? Bom, um grupo de cientistas noruegueses parece ter encontrado uma resposta (Blix, A. S., Walløe, L. and Folkow, L. P. (2011). Regulation of brain temperature in winter-acclimatized reindeer under heat stress. J. Exp. Biol. 214, 3850- 3856.).
imagem do artigo que abre as sessões da revista The Journal of Experimental Biology

Trabalhando com um grupo de renas confinadas em um ambiente de temperatura controlada, Rodolfo, Corredora, Dançarina, Empinadora, Raposa, Cometa, Cupido, Trovão e Relâmpago eram sumetidas a caminhar em uma esteira rolante em velocidades acima de 9km/h até que ativassem seu mecanismo de arrefecimento (resfriação). Parece coisa de mecânica automotiva, mas nós, humanos, nos refrescamos e, assim, salvamos nosso cérebro de um cozimento ao dispararmos as glândulas sudoríparas no sentido de trocar calor com o ambiente recobrindo partes de nosso corpo com suor. A água rouba calor de nossa pele ao passar para o estado gasoso e, desta forma, podemos nos refrescar após a prática de um esporte qualquer. Porém, como um animal ártico, recoberto de pelos e de uma camada de gordura, poderia suar?

As renas, assim como os demais mamíferos peludos, trocam calor a partir de boca e vias respiratória da mesma forma, fazendo com que saliva passe para o estado gasoso. Fazendo o ar circular pelo nariz e boca, a troca de calor parece ser muito eficiente, porém, até certo ponto. Ao atingir temperaturas críticas de 39 graus Celsius, as renas ativam agora outro truque ao fazer uma ligação direta de vasos sanguineos do focinho ao cérebro. Este mecanismo, desconhecido até então, faz com que cerca de 2% do sangue desviado resfrie o cérebro dos animais e salve o Natal de crianças ao redor do mundo. Porque, convenhamos, sair pelo mundo, puxando um trenó cheio de presentes e mais ainda um velho obeso e de barba branca não é trabalho para qualquer animal.



quinta-feira, 3 de novembro de 2011

E no cardápio de hoje: Asinhas de morcego.

Que tal um belo banquete? Entrada - uma salada majestosa... Prato Principal: Coxinhas de morcego ao molho barbecue!! Esta receita parece uma das preferidas por alguns povos africanos que apreciam carnes de caça, em geral, com muita atenção à carne de nossos primos mamíferos voadores.

Morcegos, de diversas espécies, são a opção alimentar de habitantes de Gana que comercializam, além dos quirópteros, outra dezena de opções de carne de caça em plena praça: hábito cultural posto em cheque por um grupo de pesquisadores por estar ligado, diretamente, à diversos tipos de infecções por vírus que assolam a saúde daquelas populações.

delícia... vai aí um churrasquinho de roedor?

Mas, voltando à pesquisa, o vídeo a seguir dá uma ideia de como o trabalho com morcegos está sendo feito. Neste material, pesquisadores capturam morcegos em uma caverna a 2km do centro da cidade e analisam, em laboratório o material coletado, inclusive fezes. Ali a presença de uma diversidade de vírus é marcante, fato que pode fazer com que o consumo deste tipo de carne, alada, traga ao consumidor uma série de doenças viróticas.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Arraste-me ao seu líder

E mais uma aplicação prática daquilo que só os filme de ficção científica imaginavam ganha laboratórios de instiuições verdadeiras. Que tal ser arrancado do chão firme de sua casa em direção a um grande foco de luz vindo do alto? Diversas pessoas afirmam já ter passado por exepriências assim durante Abduções ("sequestros" realizados por alienígenas) tanto em filmes quanto na vida real.

Pois bem, agora ficou sério. A NASA foi a responsável por investir 100.000 dólares em projetos que tornassem reais os "raios tratores" tão famosos em filmes como Jornada nas Estrelas, Star Wars, enfim, qualquer filme de ficção ou desenhos animados (alguns episódios dos Simpsons, por exemplo).

O projeto mais interessante foi o que construiu um raio laser solenóide (em forma de mola) com força capaz de movimentar os objetos iluminados em direção oposta ao do feixe de luz. isso aconteceu, ao menos, com uma pequena esfera observada em microscópios (leia o artigo na íntegra em http://www.opticsinfobase.org/view_article.cfm?gotourl=http%3A%2F%2Fwww%2Eopticsinfobase%2Eorg%2FDirectPDFAccess%2FB82B95ED-05ED-BDAA-17F1F319949C4A71_196738%2Epdf%3Fda%3D1%26id%3D196738%26seq%3D0%26mobile%3Dno&org=).

   Forma de propagação do feixe laser solenóide

As aplicações do feixe trator são diversas, mas, inicialmente, devido às proporções mínimas de transporte, espera-se que futuros aparelhos de exploração espacial possa capturas material particulado do solo ou "ar" de planetas distantes para análise, como ilustra a figura a seguir. Quem sabe, futuramente, um raio trator mais potente não possa carregar também humanos? Basta apenas uma forma correta de controle e manuseio do equipamento, diferente daquilo que o vídeo a seguir mostra : )
Mars rover image with "tractor beams"