terça-feira, 30 de agosto de 2011

A Química após a Morte

A Morte é o fim? Não. Ao menos para os profissionais da química, que dizem não morrer, mas sim: "deixam de reagir". Mas agora químicos, físicos, biólogos e quaisquer cientistas podem ter uma experiência post mortem sensacional: Hidrólise Alcalinas ou Criogenia de Liofilização. Sim, agora se você não quer mais ser um cadáver que se decomporá ao sabor de micro-organismos, a indústria funerária traz estas duas opções para você.

A primeira, uma Hidrólise Alcalina, utiliza uma substância cáustica (o KOH, hidróxido de potássio) que assim como a soda, decompõe tecidos proteicos, gorduras e ácidos nucleicos - os principais formadores de material biológico - em instantes. Acelerada por uma temperatura de 1800C e sob uma pressão de 10atm, seu cadáver pode perder toda a massa corporal baseada em água e carbono em menos de 3horas.

a solução para um funeral: "liqueifação" química

No segundo processo, a Liofilização, você, literalmente, retorna ao pó. Esta proposta bíblica se baseia na desidratação completa de seu cadáver, a uma temperatura de (negativos) -1960C e é seguidamente chacoalhado até que todo o sólido vire um pózinho que é então acomodado em uma caixa biodegradável e enterrado.

Nas duas técnicas, a desvantagem é que os ossos ainda podem continuar intactos e devem ser eliminados de outra forma. A vantagem é que metais de próteses ou ligas metálicas dentárias não venham a contaminar o meio ambiente. Na Inglaterra, para se ter ideia, 16% das fontes emissoras de mercúrio no ar atmosférico, gravíssimo poluente, se origina de crematórios onde não se separam os amálgamas dentários de seus clientes  (http://www.bbc.co.uk/news/science-environment-14114555). Ou seja, propostas ambientais também podem ser abordadas mesmo depois de nossa breve passagem pelo mundo dos viventes.

Os norte-americanos ligados a movimentos ambientais estão radiantes com a notícia que a técnica poderá ser empregada, em breve, em alguns estados. Alguns preferem um velório gélido e seco do nitrogênio líquido, outros indagam que o caixão líquido com compostos cáusticos corrosivos lhe caem bem.

um feliz químico em seu leito eterno

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

De cianofícias ao Megazord

Tentar simular a origem e desenvolvimento não é fácil. É o que mostra mais um experimento com robótica desenvolvido por equipes europeias que estão tentando unir pequenas unidades na formação de um robô grande e funcional. Para quê isso? Imagine-se uma máquina com avarias no meio do espaço sem qualquer humano por perto para poder te consertar. Outra máquina (pelo princípio da robótica de Isaac Asimov : ) não podendo lhe disponibilizar peças suas poderia, ao menos não lhe deixar sozinho, prestando-lhe apoio neste momento difícil. Outras máquinas complacentes deste agrupamento podem ainda apoiar você e então cada indivíduo pode buscar seu lugar em uma sociedade, buscando recursos comuns, lutando contra outros desafios, deixando com que a existência seja um elo comum a todos. Bonito não? Como diriam ditados e slogans de açúcar: "A união faz a força". Pois é esta a proposta do projeto europeu que faz com que pequenos robôs tornem-se um maior.


na figura, as pequenas unidades se unem por meio de rodinhas e sensores para formar a "aranha" robótica final

O mesmo princípio talvez tenha movido os seres que primeiro dominaram o mundo - desde os mais simples como as Cianofícias (as famosas "algas azuis" que não são algas) - em seres maiores como as samambaias, lagartos e mamutes. Nestas "Megaconstruções" cada célula, ou cada robozinho, agiria em comunidade para melhor sobrevivência, agora de uma espécie única, em que cada unidade pode desenvolver uma habilidade comum. Assim, uma célula seria responsável pela proteção, outra pelas transmissões de estímulos, outras pela reprodução, enfim, até chegarmos ao que conhecemos como o ser Humano. Somos um grande robô franksteiniano costurado à base de microrganismos simples. Um Megazord de carne.





terça-feira, 16 de agosto de 2011

Sushi Elétrico

Só depois de conhecer um pouco mais sobre comida japonesa que pude entender o fascínio daquele povo pelo mar. Também pudera, uma ilha que te joga ao oceano só poderia ser um lugar totalmente dependente das vontades marinhas. E como não podia deixar de ser, os mesmo japoneses que causam comoção por matar alguns dos mais adoráveis mamíferos aquáticos são também os maiores especialistas em vida sobre as ondas.

A mais recente descoberta foi feita em uma caverna - outro assunto que muito me interessa - submarina. E se as cavernas às quais temos acesso em terra seca são as que apresentam os organismos mais estranhos da Terra, as submarinas também guardam diversos segredos. E foi assim que uma nova espécie de enguia foi descrita. As imagens mostram alguma coisa que está no caminho entre peixes comuns e enguias modernas.

pode ser viagem minha, mas eu diria que essa coisa roxa aí é um híbrido! : )

A nova espécie que recebeu o nome Protoanguilla palau foi observada durante mergulhos realizados na ilha que batiza a espécie, Palau, no oceano pacífico. Um vídeo foi disposto no Youtube pelo pesquisador responsável pela descoberta.


A pergunta que mais me aflige agora é: quanto tempo vou precisar para poder comer esta iguaria com hashis?